Coração vs Cabeça ... Cabeça vs Coração

Coração e cabeça dificilmente andam juntos. Nem deveriam. Eles têm funções diferentes. Um para dar limites, o outro para extrapolar barreiras. Um para alertar. O outro para se distrair. E só assim nos mantemos vivos. Até um dos dois parar.  
A cabeça é a armadura que protege o nosso frágil coração. Só ela é capaz de nos fazer sofrer menos, por meio de muito exercício de  lógica e raciocínio. Você vai dizer que isso não funciona para o amor. Pois eu te digo: é a única coisa que funciona contra amores  mal correspondidos. A nossa mente é capaz de nos convencer de qualquer coisa. Somos as únicas e as mais interessadas em nos promover o autoconsolo. O problema é saber se você realmente quer (...)
Às vezes a cabeça faz vista grossa e deixa o coração sofrer,  porque,  no fundo,  nos provoca prazer. Esquisito, você vai dizer. Prazer em sofrer? É. Pelo menos se sente alguma coisa. Se escapa  do tédio da rotina, da mesmice de só responder às  práticas do cotidiano.  
Mas há que se ter cuidado. Há cabeças que são muito autoprotetoras e acabam não deixando o coração se apaixonar. Racionalizam antes de sentir, como autodefesa para evitar sofrimentos. Daí, não se sofre. Mas também não se ama.  
Por não andarem no mesmo ritmo e tampouco se entenderem ( cabeça x coração) é que a angústia é nossa eterna companheira. Mas é ela, a angústia, que nos leva a pensar, agir, criar. Sair, enfim, da nossa zona de conforto e dar sempre passos adiante.

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Amarrações

Como se cria um elo? Por muito tempo, achei que eles aconteciam e pronto. Estavam lá, antes mesmo de duas pessoas se conhecerem. Afinidade imediata, por traços de personalidade ou histórias de vida em comum.

Mas, nem sempre. Com o tempo, as pessoas criam tantas máscaras, se revestem com tantas camadas, que é preciso ir devagar pra conseguir tirar uma por uma até descobrir quem está por trás delas. Do nosso lado, também há tantas camadas que muitas vezes não nos permite alcançar através e tocar o outro, desvendá-lo e criar o elo.
Cada dia que passa, é preciso mais tato e esforço para construir o tal elo. As defesas (que só servem para afastar a gente e não para proteger) impedem que o laço seja feito naturalmente, espontaneamente.
Ou você arrisca se mostrar e ver se encaixa, ou espera que o outro faça isso, ou nada feito.
E cada um fica solto por aí, sem elos, ou amarrados aos antigos, que muitas vezes em vez de laços se tornaram nós, por mais desgastados e cheios de fiapos que estejam.
A diferença entre um nó e um laço? O nó amarra, prende, e além de tudo é feio. O laço é belo, enfeita além de unir, mas pode ser desfeito a qualquer momento, depende de ambos os lados da corda, quererem se amarrar.

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